Última noite! CURTASSOMBRAÇÃO

26 08 2011

Última noite, no Hermilo Borba Filho, Cais do Apolo, s/n

Fechando a programação do CURTASSOMBRAÇÃO, após os assovios da Cumade Fulozinha, os chutes da Perna Cabiluda, a aterrorizante Loira do Banheiro e outras histórias medonhas, a noite contatará com a encenação “Encontro Assombrado” e a exibição de curtas, a partir das 19 horas, com entrada gratuita!

“Encontro assombrado (ou À procura da Botija)” – peça baseada num conto de autoria de Roberto Beltrão

Exibição de Curtas

A EMPAREDA DA RUA NOVA

Antiga lenda urbana do Recife. Não se sabe ao certo quando aconteceu. É certo, entretanto, que foi na Rua nova.

Roteiro, Edição e direção: Marlom Meirelles

Atriz: Leidiane Alves

Produção: Maria Lucieide

Edição de áudio: Gordinho

PESADELO

Baseado em um sonho real…

Direção: Paulo Leonardo

O MITO DO FOGO DO MATO

A lenda do BoiTatá

Direção: Paulo Leonardo

Ator: Daniel Fialho

 

AS SCISMAS DO DESTINO

Animação inspirada na poesia de Augusto dos Anjos

Direção: Paulo Leonardo

Atores: Leonardo Barbosa, Monica Maciel, Clara Carvalho

Animadores: Ayodê França, Raoni Assis, Nara Normande

COISAS DO ALÉM E DO RECIFE TAMBÉM

Desde o século XVI, quando as primeiras naus atracaram no Recife, os mistérios do Além passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas. Não se sabe ao certo o porquê dessa relação íntima e assustadora, mas a verdade é que ela persiste até os dias de hoje.

Alguns causos sem explicação foram catalogados pelo sociólogo Gilberto Freyre, em seu livro Assombrações do Recife Velho. Sob inspiração do escritor, este documentário resgata a aura fantástica dessa metrópole brasileira, cujas histórias sequem em constante ebulição.

Direção, Roteiro e Produção: Marcela Alves, Mariana Lins e Rubem Carneiro

Orientação: Cláudio Bezerra

Imagens e Iluminação: Ítalo Sales

Imagens Complementares: Rogério Matos

Edição e Finalização: Leo Nascimento

INFORMAÇÕES | 3355-3110

ENTRADA GRATUITA!





CURTASSOMBRAÇÃO

24 08 2011

PROGRAMAÇÃO DIA 24/08/2011

Dia 24 /08/2011 | Início às 18 horas

Exibição | “Perna Cabiluda”

 

Bate-papo | com Rúbia Lóssio e Roberto Beltrão

 

Exibição | “Cumade Fulozinha”

24, 25 e 26 de Agosto, histórias medonhas no Teatro Hermilo

Perna Cabiluda
O curta dirigido por Beto Normal, Gil Vicente, João Júnior e Marcelo Gomes sobre a lendária assombração recifense da década de 70. Um dos entrevistados é Chico Science.

Cumade Fulozinha

Menelau Júnior

Informações |   +55 81. 3355-3110





CURTASSOMBRAÇÃO

15 08 2011

Mostra de vídeos sobre assombrações pernambucanas

 CHAMADA PARA INSCRIÇÕES

Nas áreas campestres ou nas grandes capitais, as lendas e assombrações sempre encontraram espaço nas ruas e no imaginário da população. Tradicionalmente contadas e recontadas pela oralidade, essas histórias encontram eco no medo e no suspense das pessoas.

Nos dias 24, 25 e 26 de agosto, o Museu de Arte Popular, vinculado a Fundação de Cultura Cidade do Recife, promoverá a exibição de produções audiovisuais de ficção ou documentário que tenham como temas as histórias de assombração típicas de Pernambuco.

Em parceria com o MAP, teremos a curadoria do jornalista Roberto Beltrão, autor de publicações que trabalham a temática.

Os interessados devem seguir as especificações abaixo:

REGULAMENTO

 

1. Produções audiovisuais de ficção ou documentário que tenham como tema as histórias de assombração típicas de Pernambuco;

2. Não haverá limite de duração (curta, média ou longa metragem);

3. Serão aceitas peças realizadas em qualquer formato audiovisual – animação, película, vídeo, vídeo digital. Mas todos os trabalhos deveram ser entregues em formato DVD;

4. A escolha das produções a serem exibidas ficará a cargo da comissão organizadora da mostra , seguindo os critérios: originalidade, conteúdo, qualidade artística e qualidade técnica;

5. As peças deveram ser entregues no período de 08 a 19 de agosto, no Museu de Arte Popular (MAP), localizado no Pátio de São Pedro – Casa 49, juntamente com o formulário  preenchido. Fomulário disponível em  http://www.4shared.com/document/uxk4UoTG/Formulrio_de_Inscrio_CURTASSOM.html

Instruções:

a. Clique em “Baixar Agora”;
b. Aguarde o término da contagem regressiva;
c. Clique em “Baixar o Arquivo Agora”.


7. Não haverá nenhum custo de inscrição;

8. Não haverá nenhuma premiação remunerada;

+55 81. 3355-3110

museudeartepopular@hotmail.com

pesquisamap@hotmail.com

Pátio de São Pedro | casa 49

São José | Recife | PE

50020-220

Roberto Beltrão | Jornalista, professor de Jornalismo, Publicidade & Propaganda, editor e produtor de telejornais da Rede Globo Nordeste desde junho de 1996. É também autor dos livros Histórias Medonhas d’O Recife Assombrado e Estranhos Mistérios d’O Recife Assombrado, além de ser responsável pelo famoso site Assomblog.





CURTASSOMBRAÇÃO

8 08 2011

Mostra de vídeos sobre assombrações pernambucanas

 CHAMADA PARA INSCRIÇÕES

Sejam nas áreas campestres, nas grandes capitais, as lendas e assombrações sempre encontraram espaço nas ruas e no imaginário da população. Tradicionalmente contadas e recontadas pela oralidade, essas histórias encontram eco no medo e no suspense das pessoas.

Nos dias 24, 25 e 26 de agosto, o Museu de Arte Popular promoverá a exibição de produções audiovisuais de ficção ou documentário que tenham como temas as histórias de assombração típicas de Pernambuco.

Em parceria com o MAP, teremos a curadoria do jornalista Roberto Beltrão, autor de publicações que trabalham a temática.

Os interessados devem seguir as especificações abaixo:

REGULAMENTO

 

1. Produções audiovisuais de ficção ou documentário que tenham como tema as histórias de assombração típicas de Pernambuco;

2. Não haverá limite de duração (curta, média ou longa metragem);

3. Serão aceitas peças realizadas em qualquer formato audiovisual – animação, película, vídeo, vídeo digital. Mas todos os trabalhos deveram ser entregues em formato DVD;

4. A escolha das produções a serem exibidas ficará a cargo da comissão organizadora da mostra , seguindo os critérios: originalidade, conteúdo, qualidade artística e qualidade técnica;

5. As peças deveram ser entregues no período de 08 a 12 de agosto, no Museu de Arte Popular (MAP), localizado no Pátio de São Pedro – Casa 49, juntamente com o formulário  preenchido. Fomulário disponível em http://www.megaupload.com/?d=CNDL44WQ

As instruções para o download são:

a . Ao clicar no link do Megaupload, aguarde a contagem regressiva existente no canto inferior direito da tela;
b . Ao término, clique em “Download Comum” e salve o arquivo em seu computador;
c . Após preencher o formulário, entregá-lo impresso no Museu de Arte Popular (MAP) localizado no Pátio de São Pedro, Casa 49 devidamente assinado juntamente com a cópia física do video a ser submetido.

6. As peças selecionadas serão divulgadas no blog do museu (www.museudeartepopular.wordpress.com) no dia 16 de agosto;

7. Não haverá nenhum custo de inscrição;

8. Não haverá nenhuma premiação remunerada;

+55 81. 3355-3110

museudeartepopular@hotmail.com

pesquisamap@hotmail.com

Pátio de São Pedro | casa 49

São José | Recife | PE

50020-220

Roberto Beltrão | Jornalista, professor de Jornalismo, Publicidade & Propaganda, editor e produtor de telejornais da Rede Globo Nordeste desde junho de 1996. É também autor dos livros Histórias Medonhas d’O Recife Assombrado e Estranhos Mistérios d’O Recife Assombrado, além de ser responsável pelo famoso site Assomblog.

                                                 

 





16 de maio! Causos no MAP

17 05 2011

Mostra em cartaz no MAP até o dia 27 de Maio

 

              Como de costume o corre-corre dos últimos preparativos para a 9ª Semana de Museus, imbuída do tema Museu e Memória, tomou conta do MAP – Museu de Arte Popular –. Prova de roupas, marcação de cena, um telefonema importante e ufa!!! Um público que se formava.

                No de repente de nossas ações, como diria um dos nossos, brotou no salão expositivo uma jumenta coiceteira (este vocábulo reverbera no mapês), um Lampião de barba crespenta, uma senhora de boca “quente” e todas as confusões destes personagens arretados, com suas espantosas peripécias e causos tão singulares, tão pertinentes ao nosso imaginário, à literatura popular. 

Causos no MAP, com Kamila Souza e Luiz Veloso

 

                Os olhos atentos dos turistas cariocas – que pareciam pela primeira vez ver-se frente a frente com o Nordeste mítico – juntaram-se ao encanto e a magia vivenciados pelo público, surpreendido pelo “priminho” do Quaderna, em uma mistureba com o Rei do Cangaço.

                Infelizmente, meio a contragosto, já próximo às 17 horas, nossos lendários personagens deram adeus e resguardaram-se mais uma vez em seu esconderijo literário, avistados “Na Moça que Virou Jumenta Porque Falou de Top Less com Frei Damião, de autoria do J. Borges e a “Briga de Lampião com a Mãe de Calor de Fígo”, de José Costa Leite, ícones da literatura de cordel.





O Caça-Fantasma

19 08 2010

Em 1984 Bill Murray, Dan Aykroyd, Rick Moranis e Harold Ramis saíram por Nova York vestindo um macacão e uma mochila capaz de soltar raios para caçar fantasmas. O filme virou um clássico, e os quatro caça-fantasmas de Nova York ganharam o mundo.

Recife, no entanto, não deve nada a Nova York com sua grande tradição de caça-fantasmas.

Os caçadores do Recife não possuem macacão ou raios, mas com certeza são os melhores para dar conta da capital mais assombrada do Brasil. O primeiro caçador a surgir foi Gilberto Freyre. Numa época em que Bill Murray e companhia ainda curtiam a infância, Freyre combateu as assombrações do Recife com uma caneta, até que lançou Assombrações do Recife Velho (1955).

No entanto, com a morte do sociólogo e antropólogo pernambucano em 1987, Recife ficou desprotegida, e as assombrações voltaram a tomar conta da cidade.

Perna cabeluda e Chico Science em "performance" - Acervo Memorial Chico Science

Algumas assombrações antigas quase sumiram, como a Menina do Algodão (também conhecida como Loira do Banheiro), outras ressurgiram como o Papa-figo transformado em palhaços do DETRAN. Teve até uma que foi mais esperta e ganhou mais fama quando passou a fazer duetos em shows com Chico Science: a Perna Cabeluda sempre teve bons marqueteiros. Mas não é apenas de velhas assombrações que uma cidade assombrada vive, e novos fantasmas como a Galega de Santo Amaro apareceram no Grande Recife.

A "aparição" da perna cabeluda nos anos 90, ao lado de Chico Science - Acervo Memorial Chico Science

Em meio a sustos, causos e narrativas, surge nosso entrevistado Roberto Beltrão, que após o contato com as lições do velho Gilberto Freyre, lançou mão de ferramentas integradas ao seu tempo (um site e um “assomblog”, pois os caçadores do Recife ainda não dispõem de verba suficiente para armas laser) e saiu juntando, investigando e até publicando em dois livros (o terceiro já está saindo) os relatos e causos das novas e velhas assombrações recifenses.

Roberto segue firme e forte no combate as assombrações, e em sua palestra no dia 18 de Agosto de 2010, deve contar algumas de suas pelejas contra as mais diversas assombrações recifenses.

Até agora ele tem saído vitorioso. Para nós, que não somos tão corajosos a ponto de enfrentar fantasmas com a internet, resta torcer para que a Galega de Santo Amaro não apareça para puxar o pé de nosso intrépido herói recifense.

1) Como a parapsicologia influenciou sua curiosidade sobre assombrações e fenômenos de outro mundo?

Conheci alguns Parapsicólogos Pernambucanos. Tive muitas conversas interessantes com Valter da Rosa Borges, que é o fundador do INSTITUTO PERNAMBUCANO DE PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS. Ele fez um estudo profundo sobre as aparições fantasmagóricas, informações que me ajudaram muito na pesquisa a respeito da lendas do Recife e de Pernambuco.

2) Poderia nos falar um pouco mais do seu livro “Estranhos Mistérios do Recife Assombrado”?

O livro foi produzido a partir da pesquisa que formou o conteúdo do site O Recife Assombrado. Cada capítulo é uma espécie de crônica na qual abordo os personagens fantásticos e causos que compõem o imaginário da capital pernambucana. O personagem de que mais gosto é a Galega de Santo Amaro: o fantasma de loira que seduz os homens e os atrai para o tradicional cemitério, onde mostra a eles o túmulo onde supostamente estaria enterrada. Escrevi também sobre a Cumade Fulôzinha, sobre o Lobisomem, sobre as botijas, sobre as caveiras que foram encontradas embaixo de uma antiga ponte do Centro do Recife.  “Estranhos Mistérios…” foi feito para divertir o leitor e revelar curiosidades que mesmo muitos recifenses desconhecem.

3) Qual a atuação do site “Recife Assombrado” no que tange a preservação do patrimônio imaterial?

O site trouxe para o meio digital o clima misterioso das lendas e mitos da cidade. Foi uma forma que não deixar que histórias tradicionais como a do Papa-figo fossem esquecidas pelas novas gerações, visto que a cultura oral está em decadência: avós não contam mais histórias de assombração para os netos, por exemplo. Acredito que é preciso colocar nas mídias – principalmente as eletrônicas – informações sobre o imaginário popular, fazer com as pessoas se apaixonem por esse relatos fantásticos que são relacionados com a nossa formação cultural, com a nossa História. Sem isso, seremos cada vez mais invadidos por monstros alienígenas, como os vampiros do cinema de Hollywood…

4) Recife é mesmo a cidade mais assombrada do Brasil?
Tenho certeza que sim, porque não há uma capital brasileira onde se conheçam tantos mitos e lendas. Praticamente cada monumento ou prédio histórico da cidade tem sua história de fantasma. Só no Recife existem lugares público cujos nomes vieram de relatos assombrados: Praça Chora Menino, Encanta Moça, etc. Há quem garanta que existem almas-penadas no Teatro de Santa Isabel, no Palácio do Campo das Princesas, na Faculdade de Direito. Cada bairro tem sua história malassombrada, basta perguntar aos moradores. Por isso tudo o Recife merece esse título de cidade brasileira mais assombrada. Veja isso como uma coisa positiva, um sinal de riqueza do imaginário, de tradição cultural. Esse potencial devia ser mais explorado do ponto de vista turístico – tenho certeza que muitos visitantes gostariam de conhecer nossas lendas.

5) Você acredita em assombração?

Acredito que muita gente acredita. Ao longo da minha pesquisa entrevistei dezenas de pessoas que me contaram em detalhes todo tipo de ocorrência sobrenatural, inexplicável. Com certeza, cada lenda, cada causo tem seu fundo de verdade. Não há com a gente duvidar…

6)  Fale um pouco de você.

Sou jornalista e, na minha vida profissional, sempre trabalhei em televisão. Gosto de literatura e de cultura popular. As histórias de assombração sempre me fascinaram porque elas abrem uma janela para um mundo fantástico que às vezes está muito próximo da gente – até no escuro do nosso quarto de dormir…

Para aqueles que quiserem ler a entrevista de nossa outra palestrante no dia 18, a Rúbia Lóssio, basta clicar neste link:

Para além do arco-íris





De volta! Caminhos do santo | Diálogos V…assombrados

12 08 2010

 

Reconhecendo e afirmando o museu como um espaço de formação, colaboração e difusão de saberes, o museu prestará neste quinto encontro da série Diálogos…, uma homenagem antecipada ao Dia Mundial do Folclore, que ocorrerá no dia 22 de Agosto, debatendo os mitos, as lendas e as assombrações do Recife e do Nordeste, assim como sua relação direta com a fé e o medo. A mesa analisará, os fenômenos que aterrorizaram e assombram o Recife, abordando a maneira pela qual a população traduz e se apropria das informações veiculadas pela mídia, convertendo-as em símbolos, personagens, teatralidades ritualísticas e locais que permeiam o imaginário popular.

No dia 18 de Agosto, teremos: Caminhos do santo | Diálogos V… assombrados. O debate contará com a presença da pesquisadora Rúbia Lóssio, coordenadora do Núcleo de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior, da Fundação Joaquim Nabuco e membro da Comissão Pernambucana de Folclore, com diversos artigos publicados na área de Folkcomunicação, religiosidade popular e assombrações, além do jornalista e pesquisador Roberto Beltrão, autor dos livros Histórias Medonhas d’O Recife Assombrado e Estranhos Mistérios d’O Recife Assombrado, além de ser responsável pelo famoso site Assomblog.

O que | Caminhos do santo | Diálogos V… assombrados.

Quando | 18 de Agosto de 2010, quarta-feira, às 19 horas.

Onde | Auditório da Livraria Cultura, Bairro do Recife

Quanto | Grátis

Informações | 3355-3110 / 3355-4720

MAP: museudeartepopular@hotmail.com

Para entrar em contato com o setor de Pesquisa e Difusão Cultural: pesquisamap@hotmail.com

Para Agendamentos de grupos com o setor Educativo e Cultural: educativomap@hotmail.com

 Serão emitidos certificados aos ouvintes!!!

 

Rúbia Lóssio | Mestra em Comunicação Rural pela UFRPE, bacharelado em Ciências Sociais com ênfase em Sociologia Rural pela UFRPE. Atualmente é Coordenadora do Núcleo de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco. Membro da Comissão Pernambucana de Folclore.

Roberto Beltrão | Jornalista formado pela UNICAP com especialização em Publicidade e Marketing pela UFPE. Editor de telejornais na Rede Globo Nordeste desde 1996. Fundador do site “O Recife Assombrado”, criado em 2000. Publicou os livros “Histórias Medonhas d´O Recife Assombrado” e ” Estranhos Mistérios d´O Recife Assombrado”. A terceira obra dessa trilogia deve ser lançada este mês: Malassombramentos: Os Arquivos Secretos d´O Recife Assombrado”. Todas as publicações falam de lendas e mitos da capital pernambucana.

Coordenação de Mesa

Fábio Carvalho | História, UFPE.





Quarta-Feira de Diálogos

13 04 2010

Na última quarta-feira, dia 07 de Abril, o Museu de Arte Popular esteve debatendo – na Livraria Cultura – o imaginário popular e as práticas votivas sob a luz da folkcomunicação. Contando com o documentarista Alan Oliveira, o cineasta Wilson Freire e a pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco, Rúbia Lóssio.

O debate foi mais uma edição do Diálogos… e contou com a presença de estudantes, pesquisadores, profissionais de instituições culturais e público em geral que prestigiaram a exibição dos documentários “Uma Cruz, Uma História e Uma Estrada,”(Wilson Freire) e “Fé Sem Nome”(Alan Oliveira).

No próximo dia 22 de Abril estaremos com mais uma mesa de debate, a partir das 19:00 horas, na Livraria Cultura(nossa grande parceira!!!!).

E você acompanha aqui as entrevistas daqueles que serão nossos convidados!

Se plug na Cultura Popular, visite nosso blog!!!





Para além do arco-íris

31 03 2010

Entre os convidados que irão compor a mesa de debate do dia 07 de Abril na livraria Cultura, contaremos com a presença da pesquisadora, Rúbia Lóssio, Mestre em Comunicação e Coordenadora do Núcleo de Estudos Folclóricos Mário Souto Maior da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco.

Possuidora de uma personalidade terna e serena, Rúbia encantou-se desde muito cedo pelo simples e pelo belo. Apreciadora da natureza, emociona-se com as nebulosas nuvens do Recife, que se anunciam nos primeiros pingos de chuva e considera sagrado o entardecer.

Das cores reluzentes do arco-íris e dos passos frenéticos do frevo, duas de suas grandes paixões, esta recifense retirou o gosto pela variedade e o popular. Ainda na graduação escolheu estudar a fala do povo e por que não dizer a fala de um povo. Nos caminhos da folkcomunicação, encontrou as recriações dos populares sobre os discursos midiáticos, e, como acontece nas melhores fábulas, adentrou em mundo de mistério, encanto e magia. Rúbia descobriu as lendas e os contos e deste mundo resolveu não mais sair.

Confira abaixo, a entrevista concedida por Rúbia ao MAP, e, quem sabe, encontres também um portal para o “admirável mundo novo” da oralidade popular. 

  1. 1.   Como você definiria a Folkcomunicação?

A folkcomunicação é o uso que o povo faz em seu cotidiano das mensagens que recebe das mídias. Desse modo o povo, cria maneiras de interpretar o que ver, ouve ou ler através da linguagem, artesanato, danças, músicas entre outros. Como exemplo tempos o artesão Miro Bonequeiro do município de Carpina/PE que criou o mamulengo chamado Foguinho. Na época Foguinho era um personagem de uma novela feito pelo ator Lázaro Ramos e que tinha como características o bigode pintado de louro. Encontramos exemplos da folkcomunicação no cotidiano das culturas populares.   

  1. 2.   Quais os comentários você poderia fazer a respeito da relação entre cultura popular e cultura de massa?

Cultura popular envolve os símbolos que o povo usa pra sobrevier e organizar-se. Daí a cultura popular possuir como características tradição, ritual, anonimato, resistência, ambivalência, necessidades, funcionalidade e dinâmica. A cultura popular tem também como forte a questão da espontaneidade. Já a cultura de massa, é movida pelas regras do mercado e do consumo. É atraída pela dinâmica das inovações tecnológicas. A cultura de massa expressa uma insatisfação constante em seu cotidiano em busca do novo. Há quem fale também, que exista a cultura popular de massa. A cultura popular de massa pode ser vista nas culturas periféricas, entre aculturação e hibridização destacam-se maneiras de sobrevivência entre consumo e tradição.

  1. 3.   Segundo a Internacional Society for Folk-narrative, as lendas classificam-se em etiológicas e escatológicas, históricas e histórico-culturais e lendas míticas. Assim, seria correto afirmar que há predominância de lendas de estrutura mítica no interior do nordeste? Se sim, como explicar esse fato?

Os mitos prevalecem em sua totalidade no interior de Pernambuco, porém como diz Câmara Cascudo, as lendas se confundem com os mitos e por sua vez, os mitos se confundem com as lendas. As lendas surgem da riqueza do imaginário popular diante de algum acontecimento, embora muitas lendas tenham sido criadas para manutenção da “ordem social”, prevalecendo os mitos e as lendas que dão alma ao lugar. Para uma mãe criar seu doze filhos, por exemplo, em um sítio afastado da cidade, ela utilizava o medo para manter a ordem dentro de casa. Assim, como afirma Campbell, “esperança e terror dão coesão à sociedade.” Cada história, segundo Jaques Le Goff, “foi contada ao seu modo, a história está apenas começando”.

  1. 4.   Quais comentários poderiam ser feitos sobre a atuação de “plano de fundo” do mito do papa-figo na lenda urbana do palhaço que rouba crianças?

O papa-figo é um mito que sobrevive em tempos de tecnologia da informação. Como diz Cascudo algumas lendas e mitos ficam hibernando, esperando uma oportunidade para aparecerem novamente com outras dimensões. O papa-figo, por exemplo, está globalizado, o velho se disfarça de palhaço para atrair bem mais crianças e o fígado não o único órgão atrativo para o palhaço. Também há um contexto mercadológico. Há com tudo uma refuncionalização no mito do papa-figo.

  1. 5.   Segundo Câmara Cascudo alguns mitos, a exemplo do papa-fígo, nunca desaparecem, mas permanecem em estado de latência, dentro desta concepção quais os fatores que influenciam o reaparecimento de um mito?

Como havia falado anteriormente, o papa-figo reaparece em momentos de crise, de aflição e desespero. Aparece diante de uma oportunidade relacionada a noticias das mídias, crimes e acontecimentos do cotidiano em alguns lugares. Diante disso há uma mobilidade que é traduzida na dinâmica das culturas populares em ciclo que vai desde aparecer, parecer para depois desaparecer. Ou seja, como diz Hannah Arendt, “Não há dois mundos, pois a metáfora os une”.

  1. 6.   Quais os comentários podem ser feitos sobre o caso da “Menina Sem Nome” dentro da linha teórica da folkcomunicação?

A “Menina Sem Nome” foi considerada pelo povo como um anjo, já que o desfecho de sua história foi trágico. O seu túmulo atrai curiosos e devotos. Desse modo a “Menina Sem Nome” passou a ser uma santa-não-canônica devido aos pedidos feitos pelo povo em seu túmulo. Nesse contexto, sob a luz da folkcomunicação os devotos pedem casas, celulares, casamentos, reconciliação amorosa, entre outros. A “Menina sem Nome” pode ser considerada uma “Santa” que consegue atrair uma variedade de fiéis. Em seu túmulo há uma variedade de objetos, feitos como maquetes de papel, para realização de pedidos como, bicicleta, geladeira, carro. Assim, há uma criatividade na forma como o povo faz sua devoção.

  1. 7.   Como as novas tecnologias influenciam as elaborações, ressignificações e transmissão dos mitos?Teriam esses perdido suas capacidades comunicativas diante de um mundo informatizado e digitalizado?

Acreditamos que as narrativas sejam influenciadas pela mídia. A mídia por sua vez é um holograma de códigos do cotidiano. Nesse sentido o mundo é codificado. Vivemos entre o material, o formal e o tempo. Há de se considerar que exista outra forma de observar as narrativas populares. O mundo informatizado e digitalizado é acelerado por novos códigos. Nesse sentido, o povo cria maneiras para organizar-se.





O nome dele é Alan…

29 03 2010

De cabelos claros, estatura média e acostumado a brincar em cemitérios quando criança, o hoje cineasta premiado, Alan Oliveira, desenvolve um trabalho voltado às práticas religiosas. Com o documentário “Fé Sem Nome” traz a tona uma história que poderia ter sido somente um caso de polícia, mas passou a configurar o panteão dos santos do povo nordestino.

Com um pouco mais de duas décadas, desde o caso da menina encontrada morta na praia do Pina e enterrada como indigente, a devoção à “Menina Sem Nome” aparece como um dos maiores cultos do Recife e abre uma seara de interpretação para a antropologia, folkcomunicação, sociologia, história e muitas outras.

Segue abaixo, uma entrevista concedida pelo Alan, que entre fatos biográficos e falas sobre a “Menina Sem Nome” nos deixa indicações de documentaristas e artigos que dialogam com o seu trabalho. Vale a pena acessar e descobrir o imorrível cantor Di Melo, no link seguinte:  http://www.youtube.com/watch?v=QN0o_v7RAyE     

 

 

1. Por que o interesse em documentar o caso da “Menina Sem Nome” e qual a estética trabalhada?

Tudo surgiu a partir de um grupo de pesquisa montado com o incentivo do professor Eduardo Duarte com alunos do curso de comunicação, voltado a pesquisar o documentário. Porém, estávamos tão sedentos em realizar algo que acabamos por nos lançar já dentro de um processo de pesquisa pra um documentário. No início levantamos vários possíveis temas, mas quando foi colocado na mesa a “Menina Sem Nome” quase todos concordaram que esse seria um bom tema e foi assim que começamos. Eu, particularmente, já tinha uma relação bem antiga com o tema. Meus avós moram na Rua do Sossego próximo ao cemitério e me acostumei quando criança entrar no cemitério enquanto andava de bicicleta e, assim, conheci a história que sempre me impressionou.

Quanto à estética do filme, creio que o filme no diálogo entre estética  e conteúdo tenha seu maior valor no conteúdo.  Acho o filme relativamente simples e centrado nos depoimentos dos fieis, não tem grandes experiências estilísticas ou coisas assim. Claro que o filme tenta em alguns momentos trabalhar o vazio e a montagem em algum momento brinca com a quebra da expectativa como na cena do extintor, mas não acho que isso torne um filme “estético”.

Creio que quanto à forma o maior valor do filme está em não adotar uma postura jornalística, nem embarcar por um viés policial na história. Acho que dar toda voz aos fies e deixar que eles façam o inventário do mito é a grande sacada do filme, o filme não tenta ser conclusivo, nem dizer como a menina morreu e etc, prefere o burburinho da boca do povo, a cacofonia da boca do povo.

2. Há no Brasil muitos outros casos de crianças assassinadas de forma bárbara que não se transformaram em devoção popular. Sendo assim, em sua opinião, ao que se deve a sacralização em torno da “Menina Sem Nome”?

 

Olha, sem dúvida a sacralização da “Menina Sem Nome” está diretamente associada ao grande destaque que os jornais da época deram para o caso, até o próprio termo “Menina Sem Nome” foi criado pelos jornais que exploraram de maneira sensacionalista a história chegando até a publicar uma foto da criança sendo necropiciada, coisa que nos parece impensável hoje em dia.  Claro que poderíamos nos perguntar: por qual motivo a filha dos Nardoni não foi santificada? Bom, em primeiro lugar, de certa forma foi. Claro que vivemos em outro tempo, o caso da “Menina Sem Nome” ocorreu em 1970 e estamos falando de um caso que ocorreu em 2008. Embora a mídia tenha o poder de criar ídolos e mitos, vemos, por exemplo, anualmente ídolos sendo criados no Big Brother, nas novelas e etc, no entanto tudo mudou. Atualmente, tudo é mais veloz e um mito que se cria tem um tempo de exploração menor, vivemos um tempo de mitos “fast food”. Hoje todos falam dos Nardoni, falam apenas por conta do julgamento que acabou de ocorrer, mas esqueceram do menino Hélio que foi decapitado, fato, por sua vez, que vão lembrar quando uma nova notícia sobre o caso vier á tona, para depois, novamente, esquecê-lo em seguida. Hoje é assim, não dá mais pra criar um mito que perdure, é tudo efêmero.

3. Em seu documentário há um momento em que dois populares afirmam ter conhecido a “Menina”. Quais seriam seus comentários a respeito dessas afirmações?

 

Bom, primeiro é preciso dizer que esses depoimentos foram completamente espontâneos, simplesmente estava lá com a câmera ligada quando eles começaram a discutir a cerca de quem sabia mais sobre a história da menina. Bom, confesso que no dia não pensei sobre isso e simplesmente registrei, mas na montagem percebi o grau de simulação que existia nas falas deles, sobretudo na senhora a qual falou mais empolgada dizendo que conheceu a garota atribuindo-lhe já em vida particularidades divinas. Acontece que fazendo as contas cheguei à conclusão de que a senhora que descreve a menina, na época, era também uma criança de no máximo 10 anos, porém, em seu depoimento ela fala como se fosse adulta. Na verdade, o que eu acho de mais valioso nessa constatação é perceber o poder que tem uma câmera ligada e de como ela molda a realidade e isso me faz refletir como é perigoso confundir o documentário com o documento, com a verdade e de que tamanha é a responsabilidade do documentarista em não tentar apreender a verdade e cristaliza-la aprisionando-a sobre um argumento qualquer.

4. Quais outros trabalhos artísticos (Fotografia, vídeo, literatura, teatro, dança e outros) você indicaria como trabalhos que dialogam com o seu documentário?

 

  Bom, tem três trabalhos que podem de alguma maneira dialogar com o meu. Tem um artigo muito bom de um cara chamado José Chavier dos Santos, ele escreveu um artigo que está na internet pra baixar e que li durante as pesquisas pro filme, o artigo chama-se, “A Menina Sem Nome: um Espaço de Comunicação Folk”. Foi muito importante ter lido esse trabalho e perceber toda simbologia dos ex-votos e etc. Os outros dois trabalhos não fazem relação direta, mais articulam, de diferentes maneiras, aspectos da devoção no nordeste. O primeiro trabalho que cito é o de Camilo Cavalcante em seu último filme, que tive prazer de trabalhar como assistente de direção, “Ave Maria, Mãe dos Sertanejos”. Nele existe uma tentativa de lançar um olhar sobre a devoção e o rito da oração das 6h da noite no sertão Pernambucano e ao mesmo tempo como tem ocorrido esse embate entre a tradição da “Ave Maria Sertaneja” cantada por Luís Gonzaga e executada por algumas rádios no horário da oração e a TV que, no mesmo horário, exibi o desenho do Pica-Pau: enquanto uma senhora ora e acende velas, crianças hipnotizadas vêem o famigerado passarinho. O outro trabalho que cito é “Morro” de Gabriel Mascaro, um grande trabalho, tanto esteticamente quanto no conteúdo.

   Dia 07 de Abril, no auditório da Livraria Cultura, às 19 horas. Além do Alan Oliveira, teremos Wilson Freire e Rúbia Lóssio